1. |
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já não tenho mais meios de me entorpecer, nem motivos pra não dormir.
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2. |
xnfrnfl
02:18
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só no som é possível ver luz e enxergar é impossível sem. eu me recuso a aceitar, prefiro não olhar pra trás, pra um passado sem luz.
noise ou solidão.
navegar de mão em mão inteiro, sem ancorar, eu não fui o primeiro a atravessar.
aportar, alcançar o medo.
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3. |
krly (ou carne)
05:00
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desço do vagão disposto a me apagar na multidão
esbarro no meu ser, ébrio despertar de carnaval.
podia ser você num labirinto só de sentimentos
meu peito rege um sol, inerte despertar de verão.
meu corpo escorre de suor, calor de me entregar, o quarto inundado pelo sol, me nego a acordar.
folia é você
favela é solução
posso sentir por você
mesmo não estando lá
meu peito é um 232 lotado de ilusão sobre quem penso ser e na beira-valão, imerso mais uma vez em verão.
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4. |
enguiça barca
04:05
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tenho a obrigação de respeitar, talvez a única pra manter a minha ordem. manter eu sendo. quero seguir grudado, me afundar em sol, descobrir o que há além. se atrás de nuvens eu procuro um cristal pra ver, se apagado viajo anos-luz, suporto à mim mesmo covarde, obrigo o meu ser a ver o que há aqui dentro, que dois sóis iluminam luas, planetas e vidas.
mais que um, sozinho, destinado ao desatino. um barco não ancorado.
febril, é o corpo que se ama.
gentil, é o ego que nunca devora.
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5. |
brnkd
01:43
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cortei, antes de cicatrizar, antes de me intoxicar de razão.
sangrei na frente do underground, não foi a primeira vez que falhei.
mas no fundo eu não sei se era mesmo eu ou você, se era meu desejo ou o meu córtex frontal.
gosto de lama, gosto de cana, rosto no chão.
voltei antes de amanhecer, antes de me entorpecer outra vez.
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6. |
richie t.
05:05
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em meu coração todos tem um sol, não somente luz, mas também breu. meu corpo entorta esmiuçando o céu.
parece desespero, de fato é, mas também é fogo em meu ser. toma, você.
forasteiros de um mesmo lugar.
algum lugar em mim cheira à costazul, quente como sal, na ressaca. crescer é obedecer.
vinguem meu fui, cheio de quis.
o anterior rasgando em mim.
com o peso descobri que meu destino é o chão ou o firmamento num espelho sob os meus pés gastos.
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7. |
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de onde você vem, não vem mais ninguém, peço a deus que esteja errado.
se enxergar além, são notas de 100, desespero controlado.
por horas você me vê, sozinho e às vezes sem razão.
semana passada foi só gosto de fel e chão.
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8. |
avante¿
03:27
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tento dissimular e focar na simples força que o vento exerce ao aproximar a distância entre o que queremos ser e o que realmente será.
tento não demonstrar, mas meus olhos são o espelho do tempo que passa sem nos avisar se amanhã será mais sereno ou o fim.
e o que realmente será? e o que você vai levar daqui?
vou buscar sentir o ser que existe aqui dentro, me rebelar e seguir.
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9. |
1-1 sol
03:48
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tem sol que bate no prédio, o prédio bate no meu core.
tem suor que escorre na face e desvenda o disfarce.
tem mar, tem foz, tem nascente, tem voz, tem corrente.
tem sal na pele, no dente, no mar, na semente tem.
sem sol não há a semente que intenta a corrente e nem o suor que hidrata sua mente, não há foz, nem nascente.
nem sal, o grosso da pele, o grosso na carne.
vem mar, e bate no prédio, e bate no meu core.
eu bem sei o quanto fodido, estamos fodidos sem ver.
vencer bem mais que um desejo, um cigarro a varejo, vem ser seu.
pra cada ser daqui tem um sol.
pra cada ser de mim tem um sol.
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10. |
novi
04:30
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eu tive medo de não saber, fui mais rápido que poderia ser, acreditando no meu ímpeto de contradizer o certo e o errado. sempre.
eu vou rezar a todos os deuses e me proteger, procurar por novas formas de me render, renascer, me libertando de tanto calor, me aceitando mais.
acreditei ser o único no mundo a sofrer de dor, único a ver o que restou do seu santo espaço, tanto maço e fim. sujo, o meu pulmão.
eu tive medo de me perder em meus passos e não poder ver o que havia errado dentro de mim. deixa queimar.
deixa! deixa queimar!
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11. |
23
03:59
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o sol invadiu como uma avalanche, meu ser. talvez eu seja só mais um no caos.
e eu não sei jogar se não for só pra perder, poder superar meus medos.
verão, tempo que volta a mim como o mar, em ondas que quebram sobre o meu ego e me destroem.
pra eu me recompor, e aos poucos superar, poder encarar meus erros.
e poder amar justamente que perdeu, poder alcançar meus medos.
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